Qual o lugar da Democracia no pensamento hobbesiano?
Resumen
Este artículo tiene como objetivo analizar el concepto de democracia en las principales obras políticas del filósofo inglés Thomas Hobbes. Al disertar sobre el paso de las voluntades múltiples a la voluntad única, es decir, de la multitud al pueblo, Hobbes establece el concepto de una voluntad política pública que constituye uno de los fundamentos de la filosofía política moderna. En la obra Leviatán, los conceptos de autorización y representación permiten una idea de consentimiento entre quienes autorizan y quienes son autorizados, respectivamente entre los súbditos y el soberano, en una relación de renuncia consensuada de poder, derechos y libertad. Por lo tanto, los conceptos de autorización y representación permiten pensar la voluntad política como única y pública. De esta manera, la base del pacto social hobbesiano es democrática, ya que está respaldada por la idea de consentimiento en favor de una unicidad representada por el establecimiento de un pueblo. Así, el concepto de pueblo es artificial, una invención humana que busca establecer acuerdos mutuos en pro de la autopreservación y una vida buena y feliz, ya que el pueblo es el Estado y, por lo tanto, la voluntad del pueblo es la voluntad del soberano. Cabe destacar la defensa evidente de Hobbes a un gobierno absolutista, lo que podría alejarlo de un gobierno democrático; sin embargo, desde un análisis se comprende que el filósofo utiliza como base de su construcción estatal artificial los presupuestos democráticos, rompiendo con la idea difundida de un autor opuesto a los elementos democráticos, lo que podría resultar en un sesgo autoritario. Por lo tanto, se pretende entender cómo Hobbes se acerca a la democracia a pesar de mostrar una preferencia por un poder absoluto.
Abstract
This article aims to analyze the concept of democracy in the major political works of the English philosopher Thomas Hobbes. In discussing the transition from multiple wills to a singular will, i.e., from the multitude to the people, Hobbes establishes the concept of a public political will, which constitutes one of the foundations of modern political philosophy. In the work Leviathan, the concepts of authorization and representation allow for an understanding of consent between those who authorize and those who are authorized, respectively, between the subjects and the sovereign, in a relationship of consensual renunciation of power, rights, and freedom. Therefore, the concepts of authorization and representation allow us to conceive of political will as singular and public. In this way, the basis of Hobbesian social contract is democratic, as it is supported by the idea of consent in favor of a unity represented by the establishment of a people. Thus, the concept of the people is artificial, a human invention that seeks to establish mutual agreements for self-preservation and a good and happy life, as the people are the State, and therefore, the will of the people is the will of the sovereign. It is worth noting Hobbes's clear advocacy for an absolutist government, which might distance him from a democratic government; however, upon analysis, it is understood that the philosopher uses democratic principles as the foundation of his artificial state construction, breaking with the widely spread idea of an author opposed to democratic elements, which could result in an authoritarian bias. Therefore, the intention is to understand how Hobbes approaches democracy despite showing a preference for absolute power.
Resumo
O presente artigo pretende analisar o conceito de Democracia nas principais obras políticas do filósofo inglês Thomas Hobbes. Ao dissertar sobre a passagem das vontades múltiplas à vontade única, ou seja, da multidão ao povo, Hobbes estabelece o conceito de uma vontade política pública que consiste em um dos fundamentos da filosofia política moderna. Na obra Leviatã, os conceitos de autorização e representação possibilitam uma ideia de consentimento entre os que autorizam e os que são autorizados, respectivamente entre os súditos e o soberano, em uma relação de renúncia consensual de poder, direitos e liberdade, logo os conceitos – autorização e representação - permitem pensar a vontade política como única e pública. Dessa forma, a base do pacto social hobbesiano é democrática, visto que, é amparada pela ideia de consentimento em prol de uma unicidade representada pela instauração de um povo. Portanto, o conceito de povo é artificial, uma invenção humana que visa o estabelecimento de acordos mútuos em prol da autopreservação e de uma vida boa e feliz, visto que o povo é o Estado, logo, a vontade do povo é a vontade do soberano. Ressalta-se, que é notória a defesa de Hobbes a um governo absolutista, o que pode o afastar de um governo democrático, mas também, a partir de uma análise, compreende-se que o filósofo utiliza como base da sua construção estatal artificial, os pressupostos democráticos, rompendo com a ideia divulgada de um autor avesso aos elementos democráticos, o que poderia acarretar em um viés autoritário. Portanto, pretende-se entender como Hobbes se aproxima da Democracia ainda que apresente uma preferência a um poder absoluto.